terça-feira, 10 de julho de 2012

F(r)icção

Existem coisas que não deveriam existir, observando-se que seria igualmente correto proclamar a mesma frase antecipando a negativa para o início. Digo de prontidão, porém, que ambas as colocações nunca tiveram a merecida importância. Hoje em dia, fala-se de uma mescla que, de fato, traz a fantasia para a realidade, mas que deixa a desejar na reciprocidade. É bem sabido que o mundo onírico e o imaginário, tratados com sutil diferença, costumam se fundir nas mentes mais brilhantes (e, por convenção, ditas normais) com certa sobriedade, também associada à insanidade. Talvez os fatos possam ser constatados. Talvez tudo, tudo mesmo, independa das regras que costumamos criar para que a Realidade seja considerada verdadeira. Talvez a própria Verdade esteja incluída nessa independência e é aí que tudo desanda, é aí que mais necessitamos de uma verdade e de uma realidade.
Não sou nenhum Descartes, mas penso, de maneira infinitamente mais pobre e antiquada, que real e irreal dividiram um mesmo princípio atômico no passado. O jeito com que a ficção invade o mundo real é assustador, mas deveria mesmo ser?! Eu diria que não tenho tanta certeza, mas a palavra certeza deixou de ter significação para mim há algum tempo.
Aguardo o dia em que, de tanto atrito entre esses dois mundos, por assim dizer, eles possam recriar tudo o que for necessário e, se der tempo, o que não for necessário também, porque está mais do que na hora de termos alguma novidade por aqui. Chega de releituras, chega de falsa originalidade. Eu quero um reinício, uma ideia simples, que não nos deixe loucos de tanto pensar.
Enquanto isso não ocorre, me despeço, pois, de outra forma, perderei o novíssimo capítulo do desenho animado. Adeus.